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Só falo para não dizer.
Solto palavras,
paradas,
pausadas,
no tempo daquilo que se quer escutar,
Só ando para não caminhar.
Passos largos, apressados, desligados,
para chegar ao ponto de partida.
Só olho para não ver.
Olhar desafinado, desafiador, sedutor,
que olha aquilo que deseja, mas não sabe decifrar.
Só escrevo para não ler,
ou
Só leio para escrever.
Já nem sei mais.
O poema acabou antes da conclusão.
Gosto de andar por aí, distraída,
despercebida, desprotegida.
Gosto de ser o que sou, o que veem,
o que pensam e o que sentem.
Gosto de ser legal, de fingir ser legal,
e de me irritar com isso.
Gosto de amar, apaixonar,
odiar...
Gosto de pensar, de pensar em não pensar,
e de fingir que penso.
Gosto de ser, de existir,
e de esquecer.
Gosto de olhar nos olhos, abaixar a cabeça,
e fingir que não é comigo.
Gosto de ficar por aqui, lá, ali,
aonde quer que ninguém esteja.
Gosto de ser o que sou, o que fui,
e o que serei,
Talvez serei.
Gosto de tudo, de nada,
de do nada, tudo ou nada.
Gosto do mundo, de você,
e de mais ninguém.
Diariamente somos bombardeados com notícias boas e más. Quando as noticias são boas a felicidade e satisfação nos invade, mas e quando elas são más? Será que estamos preparados? Bom, eu não estava.
É nessas ocasiões que ouvimos coisas do tipo: “Era para ser assim”, “Você vai ver que assim foi melhor” ou “Era o seu destino”. Destino? Então as pessoas tentam nos confortar dizendo que não importa nossos atos e esforços, tudo será do jeito que TEM que ser. Belo conforto não? E aí temos que acreditar que por mais que lutamos, quando não conseguimos algo é porque o Sr.Destino não quis.
Bom, então deixe-me dizer que não gosto dessa ideia. Acreditar nisso para mim é a mesma coisa que acreditar que vivemos apenas para que uma “vontade maior” seja satisfeita, é o mesmo que dizer que nossos atos são condicionados à algo que já está “escrito”, é o mesmo que me imaginar sendo uma marionete.
E quando estamos bem, depois que a decepção passa e nos adequamos às novas formas de vida, vem um tolo e diz: “Então, não foi melhor assim?”. Não podemos dizer que “foi melhor assim” porque não sabemos como seria do outro jeito e se estamos bem não é porque o Sr.Destino deu um final feliz a nossa história, é porque nos adequamos, sempre nos adequamos a tudo. O que é a vida se não um lugar onde quem não sabe se adequar às diversas situações e às pessoas é deixado para trás?
Se não foi como queríamos, qual o melhor jeito? Afogar-se em lágrimas ou nos adequarmos a nova situação e tentar viver da melhor forma possível com ela? Cada um terá sua resposta e ainda haverá aqueles que responderão de uma forma mais agirão de outra.
As coisas que acontecem na nossa vida são unicamente conseqüência dos nossos atos e das nossas escolhas. Se no final o resultado não for bom, não coloque a culpa em algo que nem sabemos se existe, procurar o conforto que essa ideia nos traz, não é o melhor caminho. Já está na hora de sermos donos e responsáveis por nossa vida e termos consciência disso.
Por fim, que o Sr.Destino cuide da vida dele, porque da minha quem cuida sou eu.
