Aspiro o silêncio sepulcral da
manhã e me preencho de
vazio.
O horizonte permanece na paz
inabalável
daquilo que existe.
Caminho por entre os mármores
frios
e a morte esbarra nas flores que
jorram dos vasos.
Toco na pele fria da moldura que
encarcera um sorriso.
Somos dois estranhos.
Esboço algumas palavras.
Sinto os olhos úmidos.
Uma lágrima nasce, mas é ríspida
demais para se entregar ao chão.
Volta ao útero de onde veio.
Invejo a humildade do orvalho que
se entrega ao abismo.
Penso no passado e me orgulho do
fracasso que sou.
Despeço-me com promessas e
pedidos.
Sigo meu caminho a pensar quando
voltarei ao pó
e a manhã repousa com a
complacência de quem ambiciona apenas
entardecer.
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